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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

ARTIGO DE CARLO CARCANI

carlo
carcani (Carlo Carcani é coordenador de esportes  do Grupo RAC)
Rei Pelé, o único

Na semana passada postei um vídeo da final da Libertadores de 1963 no Facebook. Em 1min56s é possível perceber como foi o jogo. La Bombonera pulsava com 50 mil vozes. O Boca abusou do “jogo duro”. O vídeo mostra pelo menos quatro faltas violentas em Pelé, que hoje resultariam em quatro expulsões. 

Os argentinos saíram na frente no começo do 2º tempo. Minutos depois, Pelé matou a bola no peito, driblou um argentino e deixou Coutinho na cara do gol: 1 a 1. Algumas pancadas depois, aos 37, o Rei acabou com as esperanças do Boca. Recebeu a bola na entrada da área, deu um drible desconcertante em seu marcador e, mesmo pressionado por outro zagueiro, bateu com precisão no canto direito. Pelé campeão.

Nos comentários do post, alguns amigos levantaram a discussão sobre qual foi o melhor time da história. O Santos de Pelé, o Napoli de Maradona, o Barcelona de Messi, o Real Madrid de CR7, o Ajax de Cruyff, algum timaço de Guardiola?

As opiniões, divergentes, são todas válidas. Trata-se da preferência de cada um. Não dá para comparar o Santos de Pelé com algum gigante europeu da atualidade porque o futebol é outro. Seria o mesmo que comparar a Lotus de Clark com a Mercedes de Hamilton. A bola, o campo, os uniformes, as chuteiras, as regras, a arbitragem, a preparação física e o calendário mudaram muito em cinquenta anos.

Não é certo dizer que antigamente era mais fácil jogar porque havia mais espaço. Naquele tempo, a arbitragem era extremamente tolerante com os jogadores violentos. Jamais Pelé teria apanhado nos dias de hoje como apanhou na Bombonera. O que aconteceria em um Santos 1963 x Bayern 2015 vai da imaginação de cada um. Felizes os que puderam ver esses e tantos outros times em ação.

Individualmente, porém, não vejo ninguém que possa ser comparado a Pelé. Ele é o Rei do Futebol e os números mostram isso. Maradona? Não dá pra conversar. Pelé ganha em gols (1.282 a 365), títulos (59 a 11), Copas do Mundo (3 a 1), Mundial de Clubes (2 a 0), o que for.

São números que o colocam acima de qualquer outro. Além disso, quase todos os grandes craques do futebol mundial tiveram grandes virtudes e alguns pontos fracos. Já o Rei é o Rei porque finalizava com a mesma precisão com os dois pés, era um exímio cabeceador, driblava muito bem, passava muito bem, lançava muito bem e também era decisivo nas bolas paradas.


Não podemos comparar times de épocas diferentes. E nenhum grande craque, do passado ou do presente, pode ser comparado a Pelé.

Um comentário:

Rosângela de Souza Goldoni disse...

Admiro Pelé mas conheço pouco sobre os outros.