Quem teve a sorte de ouvi-la, em seu único show em São Paulo, no Free Jazz de 1994, sabe o quanto ela evoluiu. Naquela época, a norte-americana Cassandra Wilson, que se apresenta no Bourbon Street quinta-feira (dia 28) e no HSBC Brasil (29/5), começava a deixar de ser uma cantora cultuada por um pequeno fã-clube, para se estabelecer como uma intérprete do primeiro time do jazz vocal.
Discípula de grandes divas do improviso jazzístico (especialmente Betty Carter e Sarah Vaughan) e dona de um vozeirão expressivo, Cassandra já exibia naquela fase o repertório eclético (do blues rural de Robert Johnson ao rock-soul de Van Morrison, além das composições próprias), que segue marcando suas gravações e shows até hoje.
Diferentemente da maioria das cantoras da cena atual, Cassandra não se limita aos batidos standards que os músicos mais convencionais do jazz tocam e improvisam há mais de meio século. E mesmo quando interpreta clássicos de Duke Ellington ("Caravan") ou Harold Arlen ("Sleepin' Bee"), como fez no recente CD "Loverly", ela não deixa de imprimir sua personalidade nessas canções. Por essas e outras, no jazz de hoje, ninguém a supera em originalidade.
Ouçam a interpretação espetacular de Cassandra em Time After Time com cenas da inesquecível Ingrid Bergman
Nenhum comentário:
Postar um comentário