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domingo, 15 de fevereiro de 2009

CASTELOS

Olha só a crônica muito legal escrita pelo jornalista do Correio Popular José Roberto Martins e publicada na edição de 14/02.


Não sei por que razão, mas, os castelos povoam o imaginário das pessoas há milênios. Quando se era criança as histórias de fadas, bruxas, e, naturalmente, princesas e príncipes encantados tinham como cenários castelos maravilhosos, plenos de luxo e riqueza.As histórias de aventuras como as de Robin Hood, o príncipe dos ladrões, tinham como pano de fundo, além da floresta de Sherwood, o castelo da donzela Marian. As montanhas da Transilvânia tinham, sobressaindo-se entre todos, o castelo do Conde Drácula, o apavorante e cruel Vampiro da Noite. O símbolo da Disneylândia não poderia ser outro que não o castelo da Cinderela.As crianças na praia fazem castelos de areia, os poetas antigos sonhavam castelos de Espanha e até Ronaldo Fenômeno, pasmem os senhores, casou-se com a egressa sabe-se lá de que gênero, Daniela Cicarelli, no Castelo de Chantilly. Até nós, aqui em Campinas temos um bairro chamado Castelo, em função de uma caixa d’água que tem esse apelido.E como tem castelo no Castelo. É jornal, padaria, vidraçaria, oficina, banca de jornal, farmácia e o escambau! E não é só em Campinas! Toda cidade tem o seu Castelo e, por conseguinte, os seus castelos.Eis que, de repente, a síndrome do castelo invade o cenário político nacional! Se pelo menos fosse de bom gosto... Mas, o que importa é que o castelo da política brasileira existe mesmo. É real, gigantesco e horroroso! Surgiu do nada, como se obra de uma varinha de condão!Você pode perfeitamente obtemperar: “Mas, um castelo não se faz do dia para a noite!” Isso, meu caro leitor, é para o comum dos mortais, como você e eu! Quando o dono do castelo é deputado, a coisa é diferente! Por exemplo, o tal castelo invasor do cenário político, fica na Zona da Mata, em Minas Gerais. Fica em Minas, mas, não aparece na declaração de rendimentos do proprietário Edmar Moreira e nem na declaração de bens entregue ao TSE por ocasião de sua eleição a deputado federal, pelo DEM. Isso quer dizer: o que não existia, passou a existir depois que foi descoberto! Do dia para a noite surgiu aos olhos de todo o País! E é avaliado em 25 milhões de reais!O mais assustador é que esse escroque foi eleito para a Corregedoria da Câmara Federal! Ele, Edmar Moreira, que escondeu — do fisco e do Tribunal Superior Eleitoral — um castelo inteirinho, seria o homem encarregado de zelar pelo decoro, verificar gastos, administrar as verbas da Câmara!Chega-se à estarrecedora conclusão de que os contos da carochinha são absolutamente verdadeiros! Pois, se em pleno século 21, um castelo de 25 milhões de reais surge inexplicadamente — esse é um advérbio criado especialmente para a ocasião —, como duvidar dos contos de fada?Completo que é o tal castelo, deve ter nos seus subterrâneos, calabouços ou masmorras, o que dá na mesma, de segurança máxima. Essa seria a dependência ideal para o deputado Edmar Moreira!Em tempo — Pichador vai para o inferno, sim!

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